Thursday, July 16, 2009

Eu

Eu, o caminho. Eu é o caminho que havia, o caminho em que acreditava, “eu” me foi dado para que pudesse executar essas operações, registrar essas palavras.

Estou aqui aflito tentando me manter dentro. Ou pelo menos o que pensava ser isso. Sustentava-me sobre esse material, eu. Vejo que eu nunca foi. Eu sempre viria a ser, ou virá a ser. Isso depende.

Isso depende de me manter dentro, ou do que pensava ser isso. Achava que a consciência que está aqui, em algum lugar, era eu. Ela é uma contingência dos acessórios que julgava possuir. Corpo, valores, idéias, uma vasta mobília dentro de si.

Eu era o caminho. Eu eram as paredes que abraçavam a mobília. Hoje eu viu que a mobília não repousava em seu chão ou pendia de seu teto, e sim invadia seu interior.

Interior-exterior não deve explicar o que de fato se passa, porque não existe nada que esteja fora. Interior-exterior é uma resposta a algo que se fratura. A fratura parece ser primordial. Eu é um organismo auto-imune da contingência.

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