Fisiologia do caminho
Poça, poça d’água,
Água ali parada,
Branca, espelho do céu,
Excitou-se ao acordar o dia.
Vibrou seus pequenos esfíncteres,
Lágrimas de uma chuva
Que ao cair, se esqueceu que caía.
A poça, falsa pudica, ao ver que eu passava,
Estendeu sua saia de espelho.
As pequenas bocas ao serem cobertas,
Deram gritinhos:
Ai ai ai,
Ui ui ui...
Tuesday, June 19, 2012
Wednesday, June 06, 2012
Te dou a mão, doce irmã,
E te beijo a boca, Destruição.
Sei que não me abraças apenas durante o sono,
Que me guias em algumas decisões.
Sentia tua ação pelos rastros,
Mas jamais fui capaz de prevê-los
Ou de cruzar o olhar enquanto passavas por mim,
Antes de fazer-me teu trampolim.
Hoje te beijo, irmã, a boca,
Bebo do teu cálice e me torno teu altar.