Friday, July 17, 2009

Cabe registrar trecho da frase de uma amiga:

"... parece que tirou o útero e espremeu em cima do lixo."

Essa frase tem poder.

Thursday, July 16, 2009

Nova Gênese

Acredito na versão da ciência,
Acredito na criação da Terra,
Acredito na grande explosão,
Acredito nas órbitas todas do universo,
Acredito na expansão.
***
As existências de cada um,
Planetas, estrelas, nebulosas,
Estão interligadas, são uma só,
E represaram o vazio num invólucro
Que está aqui, em algum lugar.
***
Acredito na contramão,
Acredito no descaminho,
Acredito na refração,
Acredito no abismo,
No desacordo.
Eu

Eu, o caminho. Eu é o caminho que havia, o caminho em que acreditava, “eu” me foi dado para que pudesse executar essas operações, registrar essas palavras.

Estou aqui aflito tentando me manter dentro. Ou pelo menos o que pensava ser isso. Sustentava-me sobre esse material, eu. Vejo que eu nunca foi. Eu sempre viria a ser, ou virá a ser. Isso depende.

Isso depende de me manter dentro, ou do que pensava ser isso. Achava que a consciência que está aqui, em algum lugar, era eu. Ela é uma contingência dos acessórios que julgava possuir. Corpo, valores, idéias, uma vasta mobília dentro de si.

Eu era o caminho. Eu eram as paredes que abraçavam a mobília. Hoje eu viu que a mobília não repousava em seu chão ou pendia de seu teto, e sim invadia seu interior.

Interior-exterior não deve explicar o que de fato se passa, porque não existe nada que esteja fora. Interior-exterior é uma resposta a algo que se fratura. A fratura parece ser primordial. Eu é um organismo auto-imune da contingência.