Friday, October 28, 2005

Bem, hoje me ocorreu de falar de mim. Não sei se isso é necessariamente uma novidade, às vezes acho que meus amigos são todos muito pacientes de me agüentar falando novamente do que eu penso da minha vida e também de como eu estou (des) encaixado nela. Pois então...

Estava pensando que provavelmente não se pode ter uma vida interessante com padrões de comportamento e objetivos de vida comuns. Casar (mesmo quando se é gay), trabalhar, se vestir, tomar banho, compromissos. Notei que ultimamente me vem um desejo de me esfregar pelas paredes das ruas pelas quais passo, nos postes, vitrines de lojas, nos transeuntes. Uma sede incessante. Nessas horas penso em tudo que me lembre sobre sexo. Minhas experiências da adolescência, dos rostos e sexo de todas as pessoas com as quais transei, de Sade. Do primeiro livro que li dele aos quinze, de como desejei inadmissivelmente várias práticas ali mostradas, ainda novo, rosto corado e portas trancadas. Me lembrei de tudo isso porque hoje vi imagens de sexo explícito, do mais leve ao fist fucking, ao som da mais fina música clássica. Era engraçado como aquele couro, as caras e bocas, os corpos e posições clichê do pornô realçavam as características da música e vice-versa, mas ambos contribuindo para o frio na barriga, pro pau duro. Vi como as coisas estão muito ligadas todas elas, e quando parei pra puxar a linha, seguir a trilha das migalhas de pão, cheguei a mim mesmo. De uma forma avassaladora o sexo compõe a minha percepção das coisas, quando toco, olho ou escuto algo necessariamente isso me estimula as ventas, vindo da base as reações projetadas. Deve ser por isso que tenho vontade de me esfregar pelas pessoas e objetos no caminho do banco, do supermercado, da balada, parece que meus órgãos internos querem experimentar por si mesmos o que há de novo, sem intermediários. Liberdade de sentir. Liberdade para os sentidos. Todas as sensações, de todas as formas, em todos os lugares.

Friday, October 21, 2005

Bom, então vamos lá... isso aqui está mesmo meio parado, vamos falar de alguma coisa. Provavelmente será algo non-sense, mesmo porque estou de ressaca da festa dos 100 dias, que aconteceu ontem, e bebi (tive de beber) 10 latinhas em duas horas. A propósito, a festa foi muito boa. Adoro esses ritos que a gente pratica... e beber, acertar as contas com aqueles que não falava, e reafirmar para aqueles que estão sempre do lado o quanto são importantes. Cometer excessos, conter brigas e discussões, passar pelo calçadão pra voltar pra casa. Ser piegas.
Passei pela balança nesses dias e meu peso resolveu se rebelar contra os números... parece que erroneamente a bendita apontou que estou quatro quilos mais gordo. Por isso vou recomeçar a cruzada pelo regime suicida. Me descobri um regimólatra de carteirinha, quando passo muito tempo sem sentir fome parece que falta alguma coisa. E meus amigos me dizendo que está bem, que agora sim que minha cara está mais a minha cara, que minha cabeça estava desproporcionalmente grande, que estava ficando cabeçudo. Descobri também que gosto do meu corpo magro. Estava olhando uma foto do meu ápice da magreza e vi que meu pé também fica maior. Fiquei parecendo um quadrinho do Palanca, com aqueles pezões mal feitos e angulosos.
Decidi também fazer uma tatuagem nova, e agora no braço. Flores. Não sei o desenho ainda, mas é isso. E também quero minhas lentes de contato de volta.
Ah! Decidi também esfregar meu sexo na cara de vocês. Vou publicar um poema erótico que fiz. Até!



24 horas de meia-noite


Te imagino de cueca e camiseta
Dançando preguiçoso em seus lençóis,
E de repente posso ver tudo, sentir.
Sinto calor nos vãos dos dedos do pé,
Que sorrateiro percorre pernas,
Coxas e tuas costas, alojando-se na nuca.

Arrepio.

As mãos começam a suar, solitárias
E passeiam pelo teu peito teso,
Desaguam então no seu ventre,
Como para aplacar essa vertigem.
Elas pedem mais, traiçoeiras,
E se apoderam de Ti, preenchidas então.

Teu sexo.

Essas mãos se tornam máquinas,
Pistões a subir, descer, vigorosos.
Aquelas mãos são garras cravadas
Nas tuas nádegas, eletrochoques.
E mais (mais-mais, mais-mais ah!...),
[e tanto, do mesmo e melhor,
Que urro, finalmente, e sou beijo-aplacado.

Tanto gozo.

Leonardo.